O texto chama-se "A Ama", e foi publicado em Infelizes (Histórias Vividas), 1898. Aqui está a versão HTML no projeto Gutenberg: http://www.gutenberg.org/files/27155/27155-h/27155-h.htm#SECTION008
Se, por um lado, espelha o texto (mais conhecido, de Eça de Queirós, "A Aia" (1894/1902), em que uma semelhante "troca de valores" é contudo mitificada e não reconhecida, por outro lado é capaz de ser um documento fiel de algo que talvez muitas mulheres (e homens) sintam na comparação dos seus próprios filhos com outros.
Se o papel da mãe tem sido discutido historicamente por vários cientistas modernos (estou a pensar no revolucionário livro de uma historiadora francesa, de que não me lembro agora o nome -- mas vou procurar!), a questão da natureza e cultura também é válida, e complexa, na sociedade humana, em todas as áreas.
E, para não encher este blogue de referências mil :-), deixo apenas dois casos das mil formas que essa problemática, amor paternal/maternal e amor por dedicação/admiração são discutidos e problematizados: a de Ana pelo Jorge e pelo Clemente, n'Os Fidalgos da Casa Mourisca de Júlio Dinis, e do pai (ou dos dois pais) pelos dois rapazes protagonistas d'O Menino de Cabul/ O Caçador de Pipas (The Kite Runner) de Khaled Hosseini.