Nos dicionários bilingues unne está (bem) traduzido por conceder, o problema é que em português é preciso ter poder para conceder, e em norueguês qualquer um o faz.
Agora, isto pode ser uma simples falha lexical sem consequências (de facto aparentemente é uma falha lexical de muitas línguas indo-europeias, porque me parece que nem o inglês nem o francês têm algo parecido), ou pode ser uma maneira radicalmente diferente de ver o mundo, mais associada a uma cultura individual (em que cada qual é o seu reizinho) do que a uma cultura associada ao destino ou ao poder.
Ou seja, e a acreditarmos nos teóricos recentes das culturas, como Hofstede, o norueguês demonstra ser veículo de uma cultura do eu, e o português de uma cultura do nós. O que leva também ao interesse de estudar se somos uma cultura de culpa ou de honra. (Vejam o próximo episódio :)