Única - Side 2

Publisert 11. juni 2015 15:50

Parece que este ano o Festival da Canção entrou no Guiness como o acontecimento musical mais longo da história -- penso que os jogos olímpicos gregos, que também tinham competição musical e poética, não estão no Guiness.

Publisert 22. apr. 2015 10:07

Estamos devastados, porque uma das personalidades mais influentes na ciência em Portugal, e na política da ciência, desapareceu prematuramente, deixando um vazio impossível de preencher.

Publisert 9. feb. 2015 21:18

Estas reflexões não são, desta vez, provocadas por um fenómeno que tenha a ver com a literatura ou cultura lusófona. São apenas o resultado de assistir ao Skavlan (programa de conversa das televisões norueguesa e sueca) e ouvir uma escritora inglesa, especialista de romances históricos sobre os Tudor -- se percebi bem -- afirmar aos quatro ventos que... o sucesso dos seus livros vinha do facto de que continham os três ingredientes sobre os quais as pessoas queriam ler: reis, sexo e violência. É universal ! (são as palavras dela)

Publisert 11. jan. 2015 11:59

Com este título, muito provavelmente pensam que me vou dedicar a discutir o funcionamento da Justiça portuguesa ou brasileira nalgum caso mais mediático... não podiam estar mais enganados! O meu tema é, conforme John Sowa mencionou recentemente na corpora-list, no dia de Reis: As the Jesuits say, "If it's right, do it. It's easier to apologize than get permission."

Publisert 27. des. 2014 12:06

Acabo de ler com bastante interesse o livro com o nome A história da criança em Portugal, que recebi no Natal, mas como alguma parte da história se refere à minha geração e da autora (o que não deixa de ser um pouco assustador), tenho alguns comentários. A segunda parte do título, como verão, refere-se a outro livro... tanto quanto me é possível ajuizar, este não contém nada faccioso ou errado. O que tem são algumas omissões que, na minha opinião, são estranhas, no que se refere ao consumo (digamos assim) de literatura infantil em Portugal.

Publisert 26. okt. 2014 11:34

Após ter mandado uma "crónica" sobre o que vi no Brasil quando lá estive no princípio do mês -- em que tive o privilégio de ir ver como a votação decorria, de como as pessoas falavam e os jornais a televisão e a rádio apresentavam o caso, e de falar com vários brasileiros sobre o assunto, tive a interessante experiência de que nenhum jornal quis a minha crónica.

Publisert 5. sep. 2014 16:16

O mês passado li com imenso gosto e mesmo aquele sentimento de "aha" que poucos livros dão uma obra que aparentemente nada tem a ver com Portugal ou com a cultura lusófona, chamado Jews and words, mas que em que me revi tanto, e em que reconheci tantos traços de muita da forma de comunicar e estar no mundo dos portugueses, que merece ser citada ou problematizada aqui.

Publisert 22. aug. 2014 18:51

Eu sei, eu sei, que a mais célebre citação de "O que fazer?"/"Que fazer?", o livro do Lenine, não é realmente uma pergunta, ou será, melhor, a resposta à pergunta do título. Infelizmente esta entrada no meu blogue é realmente uma pergunta a que não sei realmente dar solução.

Publisert 13. aug. 2014 14:24

Meti-me há pouco a ler e a falar de estudos culturais, entre outras coisas devido à necesidade de defender ou promover o português na Noruega e sobretudo na universidade de Oslo, mas deparei-me com uma tradição académica (ou forma de divulgação) que me tem por vezes posto os cabelos em pé.

Publisert 27. juli 2014 18:46

Tenho estado a ler a Casa Grande e Sanzala com muito interesse, por muitas razões, mas a principal e mais absurda é compreender até que ponto chegámos a um 1984 no sentido linguístico, em que não podemos dizer nem metade do que ele diz sem sermos acusados de (a ordem não é importante): racistas, anti-semitas, xenófobos, machistas, sei lá mais o quê. Sobretudo aqui na Noruega que até a cor da pele é tabu. Seria possível traduzir para norueguês atual? Duvido!

Publisert 14. juli 2014 14:11

Esta entrada é um pouco pessimista. Por um lado, eu acredito nela (na identidade lusófona) e tenho dedicado a minha vida profissional ao seu fortalecimento e divulgação (na vertente computacional).

Publisert 11. juli 2014 16:17

Está na hora de separar a profissão de investigador, ou pesquisador, da área ou áreas em que se tenta contribuir para o conhecimento humano, por uma lado, e da área que nos paga a nossa subsistência, por outro. Porque cada vez mais, ao contrário do que alguns locais de trabalho ou organizações pretendem fazer crer, com palavras de ordem como "uma universidade de pesquisa" ou outras semelhantes, pagam-nos para dar aulas e corrigir trabalhos de alunos, enquanto investigamos em "áreas interdisciplinares" que não fazem qualquer sentido para o comum dos mortais, e que: ou nos obrigam, após um suspiro, a uma descrição complexa e complicada, ou nos fazem escolher arbitrariamente uma parte para atalhar a conversa e a confusão.

Publisert 5. juli 2014 17:15

Hoje insperadamente começo pela análise de um verbo norueguês: unne, que me parece traduzir uma forma de ver cada indivíduo como dono de um poder que a língua portuguesa só concede a alguns: As maneirs mais naturais de usar este verbo são difíceis de traduzir para português, exceto se formos Deus ou fadas, e podemos portanto conceder a outros alguma coisa. Por exemplo, qualquer pessoa pode em norueguês dizer "eu unno ao Brasil a vitória neste jogo", que para nós dizermos teria de ser "Eu desejo que o Brasil ganhe porque acho que merece", ou "Oxalá o Brasil ganhe" ou "Quem me dera que o Brasil ganhe", mas repare-se que em nenhum caso isto é algo que eu faço ou pronuncio.

Publisert 2. juli 2014 20:40

Uma das "complicações" associadas a termos como "língua e cultura lusófonas" é até que ponto é que a língua é fulcral na definição de uma cultura (que contém, ninguém discute, muitas outras coisas, tal como vestuário, arquitetura, alimentação...). Por um lado, ninguém discute que há palavras e modos de falar associados a uma cultura, e que nem todas as palavras ou formas têm equivalente noutras línguas. Mas o que não é objeto de consenso é o grau de interpenetração de ambas, ou melhor, o grau de dependência uma da outra.

Publisert 1. juli 2014 13:17

Tenho estado entusiasmada a ouvir as entrevistas dos "capitães de Abril" (ou melhor militares do MFA, porque nenhum deles, entrevistado, capitão) que estão acessíveis na RTP, no programa Quinta Essência (p.ex. http://www.rtp.pt/play/p319/e152091/quinta-essencia, mas estão todas acessíveis em baixo), e aconselho a todos que as ouçam, porque são um testemunho de pessoas íntegras que mudaram o mundo e não se deixaram corromper pelo poder.

Publisert 30. juni 2014 13:43

À procura de textos que possam ser interessantes para jovens universitários, deparei-me com um conto do século XIX de Ana de Castro Osório sobre os sentimentos de uma mãe, que me pareceu extraordinário de atualidade e de capacidade de provocar a reflexão. O texto conta singelamente os sentimentos de uma mãe e ama, e dos sentimentos "politicamente incorretos", mas tão verdadeiros, dessa mulher em relação às crianças com que lida.

Publisert 27. juni 2014 15:01

Não, não é um problema de concordância... É simplesmente uma chamada de atenção para o estatuto único da língua portuguesa como língua, cultura e história internacional, com um piscar de olhos à observação de Eduardo Lourenço de que os portugueses são fanáticos da sua "unicidade".