Aprender com a história: um problema de argumentação

Todos os que estudaram história sabem que, na Alemanha pré-nazi, foi o excesso de violência que levou os nazistas ao poder: Por um lado desencadearam a maior parta da violência, e depois criaram a ideia de que só eles a conseguiriam travar.

A história está a repetir-se no Brasil. Cada vez há mais violência, mais agitação, menos segurança, e quem está a ganhar com isso são exatamente aqueles que têm exercido a violência, e pleiteado em nome da violência, abertamente.

Sei que há muitas pessoas que votaram no PT anteriormente e que estão muito descontentes com a corrupção que "Também tu, PT?" aconteceu. E que portanto consideram que o seu objetivo eleitoral é impedir que a corrupção não volte, que eles não voltem.

Eu até compreendo isso, nada como um desapontamento para criar ódio.

Mas: e admitindo que eles são ladrões (não todos, claro, mas alguns), como comparar isso a um candidado que é um assassino declarado? Que se tem pronunciado abertamente pela violência, pela tortura e pela morte?

Como é que isso pode ser considerado melhor do que ladrões? Como é que o desencanto com o PT pode ser considerado um argumento racional para votar nele? Sim, talvez esse candidato ainda não tenha sido corrompido, talvez não tenha recebido dinheiros por tráfico de influências. Mas esse é o único critério para votar nele, quando ele não tem uma única ideia positiva sobre o Brasil?

Como é que pessoas inteligentes, por muito ressabiadas que possam estar com o PT e com a corrupção, vão votar num Hitler só para contrariar? Qual é o argumento racional que leva mulheres a votar num homem que diz que os homens são superiores, que leva minorias a votar num homem que diz que as minorias devem ser maltratadas?

Claro, a resposta é: não há razão, há emoção. E a questão que nos devemos perguntar é se o ódio ao PT deve ser mais importante do que o amor ao Brasil.

 

Publisert 17. okt. 2018 15:48 - Sist endret 17. okt. 2018 15:48