Heróis, amor e ética

Estas reflexões não são, desta vez, provocadas por um fenómeno que tenha a ver com a literatura ou cultura lusófona. São apenas o resultado de assistir ao Skavlan (programa de conversa das televisões norueguesa e sueca) e ouvir uma escritora inglesa, especialista de romances históricos sobre os Tudor -- se percebi bem -- afirmar aos quatro ventos que... o sucesso dos seus livros vinha do facto de que continham os três ingredientes sobre os quais as pessoas queriam ler: reis, sexo e violência. É universal ! (são as palavras dela)

Que, tenho de admitir, me irritaram sobremaneira. E me fizeram imediatamente pensar: para mim, quais são as três coisas sobre que sempre quis ler? E imediatamente cheguei ao título do presente blogue.

É certo, o trio foi composto em resposta ao dela, e por isso é uma espécie de substituição: eu substituí reis, que não me interessam nada, por heróis, que podem ser reis, ou pessoas pobres, ou pessoas normais, mas que sejam / se tenham transformado em heróis por fazerem qualquer coisa boa.

Sexo? Se há coisa que não gosto é ler sobre sexo. Gosto sim e sempre gostei de ler sobre amor, que às vezes pode ter sexo, mas não é o sexo, é o amor que me interessa.

E violência, esse, não foi uma correção ou substituição: a única violência que alguma vez gostei de ler (?) era em romances policiais para encontrar o culpado, ou seja, para castigar essa mesma violência. Daí me veio a "substituição" ou melhor a completa alteração que é "escolhas morais", que me fascinam, e sobre as quais gosto de ler.

Se não tivessem de ser apenas três -- e têm? -- diria também humor. Gosto muito de me rir, gosto muito de ler textos e situações que me façam rir. E para manter neste caso o moral (não a moral :-) tenho de converter as coisas desagradáveis em casos para rir. O que considero que é um sinal de força de caráter.

Nestes tempos em que o humor se tornou perigoso, é também uma prova de coragem. Tudo características positivas :-) Pelo menos na minha visão do mundo, claro.

Que não é universal, mas é distintamente lusófona. E até vou propor um novo ditado, calcado sobre o conhecido "A falar...": A rir é que a gente se entende!

 

 

 

Emneord: literatura Av Diana Sousa Marques Santos
Publisert 9. feb. 2015 21:18 - Sist endret 15. juli 2015 10:28